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CULTURA

Cinema e fascismo 16

Foto do escritor: Jorge CamposJorge Campos

Atualizado: 22 de out. de 2023



A Revolução de Maio (1937) de António Lopes Ribeiro. Vamos lá a ver. Do ponto de vista democrático é obrigatório conhecer os argumentos e o imaginário daqueles a quem nos opomos. Mais ainda caso se trate daquilo que combatemos por dever cidadão, como é o caso do fascismo. De modo que aí está o inevitável filme do regime de Salazar, este, sobre a conversão de um comunista em fervoroso apoiante do Estado Novo. Realizado para comemorar os 10 anos do golpe de Gomes da Costa de 1926, o filme é uma efabulação delirante durante a qual o protagonista, enviado de Moscovo, se vai apercebendo de quanto o país tinha mudado na sua ausência. Esmagado pela evidência, apaixonado por uma jovem devota do ditador, confrontado com a deserção de correligionários que tinham passado a integrar os sindicatos corporativos, o nosso homem acaba por ser tocado pela graça divina: ao invés de continuar a conspirar pela revolução comunista adere à Revolução de Maio. Tudo isto se passa nas barbas da polícia política que o segue de perto mas vê nele a bondade bastante para assumir a conversão. António Lopes Ribeiro pode ser acusado de tudo, menos de falta de conhecimento cinematográfico. Por isso, lá estão as referências, por exemplo, a Fritz Lang, ao expressionismo alemão e à montagem soviética. O que não quer dizer que seja um bom filme. Não é. Mas deve ser visto. Aquela mentalidade está mais arreigada do que possa pensar-se. Embora de maneira diferente. Latente.

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Ensaios, conferências, comunicações académicas, notas e artigos de opinião sobre Cultura. Sem preocupações cronológicas. Textos recentes  quando se justificar.

 

Ensaios, conferências, comunicações académicas, textos de opinião. notas e folhas de sala publicados ao longo de anos. Sem preocupações cronológicas. Textos recentes quando se justificar.

Arquivo. Princípios, descrição, reflexões e balanço da Programação de Cinema, Audiovisual e Multimédia do Porto 2001-Capital Europeia da Cultura, da qual fui o principal responsável. O lema: Pontes para o Futuro.

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Textos avulsos de teor literário nunca publicados. Recuperados de arquivos há muito esquecidos. Nunca houve intenção de os dar à estampa e, o mais das vezes, são o reflexo de estados de espírito, cumplicidades ou desafios que por diversas vias me foram feitos.

Notas pessoais sobre acontecimentos históricos. Memória. Presente. Futuro.

Imagens do Real Imaginado (IRI) do Instituto Politécnico do Porto foi o ponto de partida para o primeiro Mestrado em Fotografia e Cinema Documental criado em Portugal. Teve início em 2006. A temática foi O Mundo. Inspirado no exemplo da Odisseia nas Imagens do Porto 2001-Capital Europeia da Cultura estabeleceu numerosas parcerias, designadamente com os departamentos culturais das embaixadas francesa e alemã, festivais e diversas universidades estrangeiras. Fiz o IRI durante 10 anos contando sempre com a colaboração de excelentes colegas. Neste segmento da Programação cabe outro tipo de iniciativas, referências aos meus filmes, conferências e outras participações. Sem preocupações cronológicas. A Odisseia na Imagens, pela sua dimensão, tem uma caixa autónoma.

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     Criado por Isabel Campos 

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