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48 (2010) de Susana de Sousa Dias. Há filmes indispensáveis. Este é um deles. Nos últimos dias as questões do racismo e da xenofobia voltaram a abrir noticiários e fazer capas de jornais. O racismo e a xenofobia abandonaram o estado latende e deram lugar aos conteúdos manifestos. Bastou um simples pretexto para o país dos brandos costumes revelar uma outra face sombria até da parte de quem não se esperava. Este filme não toca especificamente nestas matérias, embora também passe por lá. Interpela-nos sobre o fascismo português. Ele existiu. Prendeu, oprimiu, torturou, censurou, aterrorizou, destruiu famílias, fez uma guerra sem futuro, teve forças militarizadas, miúdos enfiados em uniformes, saudações romanas e o indispensável ditador. 48 anos. Quase exclusivamente articulado em torno de fotografias cadastradas da PIDE, o filme serve-se do testemunho dos ex-pressos políticos em off, o que lhe dá uma força avassaladora. Exigente, arrojado, inovador no plano estético e várias vezes premiado 48 deveria fazer parte do plano nacional de cinema.
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