- Jorge Campos
- 6 de abr.
- 14 min de leitura
Este texto foi escrito para a edição em português e inglês do livro comemorativo dos 10 anos do Ciclo de Fotografia e Cinema Documental Imagens do Real Imaginário (IRI). Publicado em 2013 pelo Instituto Politécnico do Porto, o livro tem excelentes contribuições de colegas e um design extarordinário de Vitor Quelhas. Sendo pouco habitual encontrar um trabalho desta envergadura no contexto escolar, teve grande impacto e esgotou rapidamente. Esta é a versão portuguesa do texto – a inglesa já foi publicada - no qual faço um resumo da primeira década do Ciclo. As fotografias são de estudantes dos cursos de Cinema e Fotografia, designadamente, Marta Ferreira, Luís Kasprzykowski, Pedro Nuno Pacheco e Tiago Santos. Algumas das edições do IRI estão amplamente documentadas no segmento Programação de narrativasdoreal.com. Outras, não houve como recuperá-las, embora ainda tenha alguns documentos nos meus arquivos, designadamente a reflexão que fiz sobre a ligação das escolas de Artes ao meio em que estão inseridas, bem como, complementarmente, sobre o indispensável foco na internacionalização. Embora já retirado há alguns anos, foi com prazer que em 2024 participei na XX edição do IRI.



Ao fazer o levantamento dos 10 anos deste ciclo de Fotografia e Cinema Documental, ao qual foi dado, via Chris Marker, o nome de Imagens do Real Imaginado (IRI), pude aperceber-me, não sem surpresa, da amplitude do percurso, por vezes improvável, que nos trouxe até aqui. É verdade, como costuma dizer-se, que a necessidade aguça o engenho. Mas não foi só isso. Foi, também, a percepção de um mundo em mudança acelerada, cujas representações, em consequência de tecnologias que densificam as possibilidades da significação, tanto valorizam a especificidade de cada uma das artes, quanto postulam a apropriação de umas pelas outras. Foi ainda, e sobretudo, a convicção da necessidade do ensino superior artístico acompanhar os sinais do tempo e, nessa medida, ousar incursões em caminhos novos num processo ininterrupto de fazer, questionar, desfazer e voltar a fazer, perseguindo a ideia de acrescentar conhecimento ao conhecimento através da imaginação criadora e, desse modo, melhorar a nossa relação com o mundo.
Há 10 anos, quando demos os primeiros passos desta aventura, definimos como prioridades: reforçar a ligação da escola à comunidade e ao meio profissional; estabelecer parcerias; fomentar a internacionalização; criar uma plataforma capaz de apoiar e promover a massa crítica indispensável ao aparecimento de novos cursos, nomeadamente um Mestrado em Comunicação Audiovisual, num contexto profissionalizante, centrado na teoria e prática da Fotografia e do Cinema. Tudo isso foi feito. Todavia, não o foi bastante. Pela simples razão de que quanto mais se faz tanto mais e melhor se quer e pode fazer. Sim, tem tudo a ver com essa utopia de que fala Eduardo Galeano:
“Me acerco dos pasos, ella se aleja dos pasos. Camino diez pasos y el horizonte se corre diez pasos más allá. Por mucho que yo camine, nunca la alcanzaré. Para que sirve la utopia? Para eso sirve: para caminar.”





Por isso, caminhamos. Caminhamos com o sentido de pertença a uma escola que sendo de uma cidade cabe no mundo. E caminhamos em boa companhia. Ao longo do percurso, nunca os artistas, agentes culturais e escolas parceiras deixaram de estar presentes neste Ciclo, contribuindo com as suas utopias para a nossa própria utopia. Na verdade, crescemos uns com os outros, pensamos uns com os outros, resistimos uns com os outros e, desse modo, tecemos uma rede de cumplicidades sem a qual o IRI simplesmente não seria possível ou, sendo, seria substancialmente diferente daquilo em que se transformou: um fórum de reflexão – portanto, de revelação – que assume o real como ponto de partida para interpelar o mundo de todas as imagens. Do Cinema, da Fotografia, das Artes Digitais.
Uma ferramenta, portanto, para anotar, actualizar, descodificar e recriar os sinais do tempo, muitas vezes recuperando a memória de outros caminhos, outras vezes ousando caminhos novos, atenta, sempre, à centralidade e à semântica variável da imagem num mundo que precisa de ser lido: imaginado. Foi um longo caminho. O que se segue é uma viagem breve pelas sucessivas edições do IRI que recupera fragmentos dos textos de alguns programas e permite ter uma ideia do modo como o Ciclo foi sendo construído.




Retrospectivamente.
Há 10 anos, a 1ª edição do IRI em 2004 chamou-se Um outro modo de dar a ver o mundo. Entre outras participações, Margarida Ledo Andión veio estrear o seu filme Santa Liberdade, um documentário sobre um episódio célebre da luta antifascista em Portugal, a tomada do paquete Santa Maria por um grupo de resistentes sob o comando do capitão Henrique Galvão. A propósito desse filme, e de alguns outros, falou-se essencialmente de narrativas, nomeadamente do filme documentário em contraponto com a lógica do discurso televisivo:
“(...) Ideologicamente dominante na sua relação com os outros media, a televisão proclama critérios jornalísticos de objectividade, os quais têm correspondência em sistemas de representação pré-determinados. A agenda informativa – em função da qual se induz uma certa construção da realidade – é, por isso, um instrumento ao serviço de uma visão do mundo que lhe é pré-existente. O documentário procede de modo diferente. Nem se pretende objectivo nem reclama qualquer verdade, salvo a do autor. Pelo contrário, afirma-se pela diferença que consiste no reconhecimento de um ponto de vista singular (...).
Na edição de 2005, Labirintos do Olhar – como, de resto, em todas as seguintes – o problema da narrativa conheceu novas declinações, nomeadamente em termos de ensino, uma vez que se concretizou um primeiro Encontro de Escolas de Cinema com o apoio do Consulat Géneral de France e a participação, entre outras, da École Supérieur d’Audiovisuel de l’Université de Toulouse. Para mais, esta edição veio na sequência de uma outra iniciativa do Curso de Tecnologia da Comunicação Audiovisual, na altura ainda não integrado na ESMAE, chamada “Pensar a Imagem”, que contou, entre outras presenças, com o cineasta José Luís Guérin, autor de referência numa área que poderia ser identificada com a do cinema puro.
Depois, em 2006, o Mundo trouxe olhares cruzados sobre imagens de diversos pontos do globo. Mercedes Alvarez apresentou o seu filme multi-premiado El Cielo Gira; o cineasta indiano Rahul Roy discutiu o documentário da sua autoria The City Beautiful; Gustav Deutsch, cineasta e artista multimédia, deu conta do seu trabalho World Mirror Cinema; e Mark Durden problematizou a fotografia documental em Paul Seawright e Luc Delahaye. No texto introdutório da programação, a concluir, lia-se:
“Mais do que dar respostas, o ciclo Imagens do Real Imaginado propõe-se motivar a interpelação, suscitar dúvidas e, se possível, pela via da surpresa, seduzir e até gerar perplexidade: não será esse o processo mais estimulante para induzir a vontade do conhecimento, seguindo o labirinto que passa pelo prazer do texto?”






Esse prazer do texto associado à Fotografia, ao Cinema e agora também a uma ideia de transversalidade, voltou a ser objecto de atenção na edição de 2007, Olhares sobre as Cidades. Como o título sugere tratou-se de uma viagem pelas representações de experiências em diferentes lugares. Fernando Lopes, tomando como referência Belarmino, falou de Lisboa. Helmut Farber também se referiu a Lisboa, mas a partir de Lisbon Story de Wim Wenders. E, ainda, a Berlim a propósito de Berlin, die Sinfonie der Grosstadt de Ruttman e de Berlin, Im Lichtbild der Grosstadt de Manfred Wilhelms. Sobre o Porto e Paris tomou a palavra Manoel de Oliveira que comentou o seu Douro Faina Fluvial e Petit à Petit de Jean Rouch. Gérard Collas, Abi Feijó e Jean-Luc Antonucci abordaram questões do cinema. Sobre a fotografia debruçaram-se, entre outros, Georges Dussaud, Olívia da Silva, Cláudia Fischer, Virgílio Ferreira e Maria do Carmo Serém. Num registo mais experimental, Mike Hoolboom. Em todos, um denominador: a imagem:
“(...) a imagem, por natureza, é polissémica. E o discurso, sendo uma prática expressiva da linguagem com vista à produção e circulação social de sentido, tem uma pluralidade equivalente à de quem o produz. Por isso, a narrativa, ou seja, a criação de um universo imaginário apoiado em lugares, acontecimentos e personagens, porque resulta do discurso, faz a refracção do olhar de muitas e variadas maneiras.”
Com esta edição ficou consagrada a matriz identitária do IRI: proporcionar aos estudantes o contacto com autores e obras fundamentais; rigor na abordagem das matérias; qualidade dos intervenientes; valorização das parcerias criativas; prosseguimento de uma estratégia de criação de novos públicos associada à possibilidade de circuitos alternativos com reflexos, a prazo, no aparecimento de novos criadores. Para tanto, situar as possibilidades combinatórias das múltiplas representações programadas no quadro de um jogo tanto quanto possível inesperado. Por exemplo:
“A América, diz Braudillard, é um país cinematográfico. A cidade americana parece ter saído, viva, da sala de cinema: “Por isso, para aprender o segredo, não se deve ir da cidade ao ecrã, mas sim do ecrã à cidade.” Segredo é, portanto, a palavra chave do cinema. É impossível ficar-lhe indiferente porque dela se espera que em si mesma contenha o seu contrário: revelação. E o mesmo sucede com a fotografia, esse argumento sobre o mundo em pinceladas de luz convidando à viagem que, como diria Cartier-Bresson, viajante infatigável, põe na mesma linha de mira a cabeça, o olho e o coração.”






Edição de 2008, O Poder da Imagens. Manoel de Oliveira voltou a ser o convidado de referência, na companhia de fotógrafos, cineastas e ensaístas tão qualificados quanto Val Williamas, Christian Milovanoff, Ray Müller, Hulrich Hagele, José Manuel Costa, Fátima Lambert, António Pedro Vasconcelos e Fréderic Sabouraud. A programação, muito diversificada, passou pelas curtas de Oliveira, pela fotografia e pelo cinema do III Reich, pelo documentário português pós-revolução de Abril, confrontando memórias do passado com testemunhos do presente. No centro do debate, naturalmente, o poder das imagens:
“Concreta e não geral como o termo linguístico, a imagem comunica todo um conjunto de emoções e significados como que obrigando a captar instantaneamente um todo sensorial indiviso. Então como lidar com ela, agora, no mundo das propagandas silenciosas e das máquinas censurantes? Fazendo das suas narrativas um convite à reflexão ou sucumbindo, talvez com deleite, ao fascínio da hipnose?”
Esta edição consolidou o conceito do IRI. Dinâmico na sua concepção, ciente da necessidade de mudar consoante a indispensável actualização e crescimento dos cursos ministrados, o IRI passou não só a integrar os planos curriculares do Departamento de Artes da Imagem mas, também, sendo um programa de escola, tornou-se numa montra privilegiada dos trabalhos dos alunos e num lugar adequado a ao desenvolvimento de experiências pedagógicas no âmbito de um ensino artístico cada vez mais ligado à comunidade:
“(...) é um trabalho de perseverança, cujos resultados são já visíveis, nomeadamente nos prémios nacionais e internacionais que os nossos alunos e ex-alunos vêm obtendo, bem como no reconhecimento que decorre dos convites para efeito de participação em numerosas iniciativas. Mas, este é um trabalho feito também a pensar no público em geral. Não faria sentido ter Manoel de Oliveira, Fernando Lopes, José Luís Guérin, Mark Durden, Mercedes Alvarez, Mike Hoolboom, Helmut Farber, Rahul Roy, Gérard Collas, Georges Dussaud e tantos outros convidados de edições anteriores e encerrá-los num conclave meramente académico. Não há escola, aliás, sem abertura para a vida e sem espaço para a imaginação.”
Ano seguinte, 2009, Rosto Transversal. Cumpriu-se o objectivo de criar um Mestrado em Comunicação Audiovisual com duas especializações, uma em Fotografia e Cinema Documental, outra em Produção e Realização Audiovisual. Na programação: integral das curtas de Agnés Varda, enfoque em filmes de Werner Herzog e Pedro Sena Nunes; um conjunto de participantes de primeiro plano, nomeadamente, John Gotto, Floréal Peleato, Regina Guimarâes e Mark Durden.
Depois, em 2010, Open Documentary: uma retrospectiva de Alain Resnais e uma selecção de filmes de animação alemães de última geração, especialmente interessante para os estudantes do Curso de Tecnologia da Comunicação Multimédia; a participação, entre outros, de Sarah Pink, Susana Sousa Dias, André Eckert, Adriana Baptista e de Margarida Ledo Andión. Outro ano volvido, 2011, O Cinema e as Artes: Apresentação da obra integral de Jacques Démy, cineasta que se apropriou de todas as artes; presentes, nomeadamente de Luís Filipe Rocha, Mark Durden, José Ribeiro e Miguel Anxoprado, um dos grandes mestres da banda desenhada:
“De há muito o cinema aprendeu a conviver com as outras artes. (...) Esta relação sempre foi dinâmica e contraditória. Hoje, porém, adquire interesse renovado, posto que parece assentar no processo ininterrupto de descoberta de uma cartografia resultante da apropriação recíproca das diferentes artes que se liga à ideia de crise.”





2012. Justamente, A crise - Narrativa da Crise/ Crise da Narrativa. Com uma intervenção via Skype para o Auditório da Biblioteca Almeida Garrett de Nina Maria Paschalidou da Pyramid TV da Grécia e imagens de narrativas alternativas da autoria de independentes sobre a situação naquele país. Mais: Mark Durden – A Crisis in Photography - Joachim Schmid’s Rogue Aesthetics; Olívia da Silva – Do invisível ao visível; Adriano Miranda – 12.12.12; Nigel Orillard – Americana: Writing with Actors. Methods for connecting the narration of Political Crisis to Personal Crisis in the development of a Political Thriller; Cristina Susigan – A Apropriação da Arte como resposta à Crise Narrativa; José Azevedo – Documentário interativo: inovações e reciclagens: Fátima Lambert – “Arquitectura da Destruição": quando o ditador quis ser curador; Dimitris Andrikopoulos – Experimentar a música, interpelar a imagem; José Miguel Ribeiro – A viagem que me trouxe até aqui.
A listagem completa das masterclasses desta edição remete para o facto de revelar, de acordo com a filosofia do IRI, como o tema da crise foi declinado de modo a abranger uma pluralidade de territórios, os quais, passando pela fotografia e pelo cinema, autorizaram incursões na web, na música, na animação e no universo multimédia:
(...) se a retórica política nos interessa enquanto narrativa da crise, a verdade é que procuramos ir ao encontro dela de modo diferido, digamos assim, sendo que chegar até aí passa pela exploração de representações simbólicas da memória de outras crises, do passado olhado como presente que é já futuro, de um aqui e agora narrado com recurso a ferramentas e linguagens transversais num registo do qual a experimentação e a imaginação criadora são elementos cruciais da interpelação e do entendimento do mundo.”
Este modo de dar a ver, articulado com a projecção comentada de filmes, fotografias e instalações, resultou numa diversidade de olhares que cruzaram o ponto de vista dos criadores com o dos especialistas e do público. Pedagogicamente, tratou-se – e trata-se – de uma experiência tanto mais interessante quanto é certo que aos estudantes foi dada a possibilidade de se apresentarem, eles próprios, como criadores. Na verdade, se edições anteriores tinham já contado com numerosos trabalhos escolares – bem como de professores –, nesta edição de 2012 não só as provas públicas de Mestrado se realizaram no âmbito da programação, mas também os trabalhos produzidos foram exibidos perante um público que, de ano para ano, tem vindo a marcar presença de forma crescente.
Um outro dado relevante: a colaboração crescente entre os cursos da ESMAE traduzida, por exemplo, na elaboração e interpretação ao vivo de música para filmes. E as consequências que daí advém em termos dos estudantes de composição musical poderem participar em projectos dos seus colegas do Mestrado em Comunicação Audiovisual.



Prospectivamente.
E assim chegamos aos 10 anos. Por alguma razão, escolhemos para a edição de 2013 este tema/ título: Utopia(s). E é simples perceber porquê. Se a utopia é o caminho que fazemos, então há que caminhar. Continuar a caminhar. Tão simples quanto isso. Assim sendo, que outro artista poderia ilustrar melhor esse propósito do que Manoel de Oliveira, o nosso maior cineasta? Quem não conhece o caminho por ele percorrido? Ele que aos 23 anos fez um filme que é hoje património do imaginário da cidade do Porto – Douro, Faina Fuvial – e que aos 104 anos prossegue a aventura de fazer cinema com a ousadia de espírito que faz dele o mais jovem dos cineastas portugueses? Ele é, portanto, pelo que representa para o cinema e para a cidade, a figura central deste ciclo. E sobre ele escreve Mário Cláudio, outro grande mestre, das Letras, num texto ao qual deu o nome de “Manoel de Oliveira, um chão comum.”
Há, depois, outras utopias (e distopias) que atravessam o IRI 2013. Por exemplo, as reportadas nos filmes de carácter político e social de Christian Rouaud, o cineasta vencedor do César para o melhor documentário em 2012, justamente Tous au Larzac, constante da programação. Também as utopias, traduzidas em filmes seleccionados, que animam o Curtas de Vila do Conde, o Cinanima e o Cineclube do Porto. Mais as utopias de tantos fotógrafos, cujos olhares nos devolvem os sinais do tempo. Ainda o projecto Utopia do músico e compositor Dimitris Andrikopoulos. E, finalmente, mas não menos importante, as utopias de todos os outros participantes, especialmente dos estudantes, cujo futuro depende do sentido que forem capazes de dar ao seu caminho.



Para terminar. Se de início tínhamos determinados objectivos, agora temos numerosos planos. Nem mais. Bem sabemos das dificuldades do presente e do trabalho insano que é manter o ensino superior artístico num quadro de expectativas razoável. Mas até por isso, e porque é indispensável reinventar o presente para garantir o futuro, importa que o Ciclo de Fotografia e Cinema Documental Imagens do Real Imaginado continue a aprofundar os seus propósitos fundadores e a ser capaz de se repensar a cada ano que passa, de modo a dar corpo a novos projectos.
Um deles é a criação de um Mestrado em Artes Digitais. Outro, promover com carácter de regularidade a publicação de artigos, tendo em vista a projecção internacional do Departamento de Artes da Imagem da ESMAE. Outro ainda, colocar on line o acervo das contribuições do IRI num lugar, aliás, já criado, de modo a constituir um banco de dados cuja consulta possa servir quer a comunidade escolar quer o público em geral. Finalmente, fazer crescer este IRI de modo a fazer dele um espaço cultural incontornável não só da cidade do Porto, mas também além-fronteiras. Porque não um ponto de encontro onde a produção de escolas da lusofonia possa ter um palco regular e, nessa medida, constituir-se, a médio prazo, numa plataforma de intercâmbio e de aproximação entre os povos?
Utopia, dir-se-á. Sem dúvida. Por isso, recupero Galeano:
“Somos lo que hacemos, y sobre todo lo que hacemos para cambiar lo que somos.”
Jorge Campos, Ph.D